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Das dores do poeta

alexbruda


Surge aos portões do castelo distante
um monstro maldito chamado Discórdia
cujo riso sanguinolento macula
as alegrias que ficam na memória,
trazendo versos à pena do poeta
que lamenta sua amarga história,
despida de amor, esperança, fulgor,
isenta da sempre desejada glória.

Com um golpe impiedoso da vida,
disfarçada como o velho destino,
o guerreiro da caneta se entrega
a tudo aquilo que já foi escrito
e àquilo que nunca vira palavra,
e esperança vira um fio fino
quase se partindo, seu mundo ruindo,
seu mundo vazio, castelo maldito.

Assim, a dor do poeta se escreve,
a saudade se cria sozinha, livre,
e empunhar uma caneta sangrenta
vira obrigação daquele que vive
para expressar no papel o que sente,
a luz que sobre seu sorriso incide,
a sua visão distorcida do mundo,
a sábia falsidade na qual insiste.

___________________________
 22/10/2012


Provavelmente o poema mais complicado que já escrevi até hoje. Uma alegoria intrincada sobre as coisas ruins que obrigam o poeta a escrever.

Comentários

  1. Um dos melhores poemas que já curti. Adorei seus textos,teu blog e o título também me interessou muito. Voltarei mais vezes aqui.

    wordsofthedark.blogspot.com.br

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  2. Puxa, obrigado! Que bom que gostou de tudo!
    Pode continuar por aqui, pode opinar, comentar, será bem vinda!

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  3. Eu parei, li com cuidado e a atenção devida. Cada verso, cada estrofe, entrou em mim e acho que consegui sentir um pouco daquilo que sentistes na hora que o escreveu. beijos.
    Clarice
    www.penadeprata.blogspot.com.br
    www.facebook.com/penadeprata

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  4. Obrigado, Clarice!
    Que bom que as palavras tiveram efeito em você. Fico feliz!
    Obrigado pelo comentário!

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  5. O poema ficou incrível! Havia algum tempo que eu não entrava aqui na Caverna Poética e espero recuperar o tempo perdido... Beijinhos, StarGirlie.

    www.babistargirlie.blogspot.com

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