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Mostrando postagens de março, 2012

Pântano e jardim

O vento acalmou as minhas dores vis num momento de paz após a tormenta, e não pediu favores ou pagamentos naquela tarde gelada e cinzenta. Dormiu o sofrimento que me afligia e desapareceu minha agonia. O pântano fétido chamado ego ficou para trás numa doce ilusão, subjugado por um encantamento que feriu meu orgulho, levou-o ao chão. Infértil momento de sorriso débil, de vã alegria e meu amor flébil. Agora ando num jardim primaveril, cercado por luzes, tudo é dourado e meus pés tocam terra firme e seca, num lindo mas irreal mundo borrado... Que meu mau pereça, mesmo que eu pise em poças de lama nos dias de crise. ___________________________ 30/01/2012.

Elegia

Aqui estou eu, me olhando, meu coração nas mãos, sangrando. O navio chacoalha na beira do mar, meu último refúgio a me esperar. Abri os braços para o silêncio, me entreguei ao último incêndio. Quando o barco arder sobre o mar, saberei que deverei recomeçar. O céu é cinza, ameassador, como o horizonte negro, opressor. É o expurgo da minha alma velha, que logo deverá retornar, bela. A hora chegou, o horizonte se abriu. Luz dourada no mar, o Sol surgiu. Meu fogo trará purificação, minha alma voltará em redenção. Deitado em meu navio fúnebre naveguei pelo oceano lúgubre, ouvindo a elegia terna canção da morada eterna. Flecha em chamas cortando o céu, acende a pira que trará o véu da morte inexorável sobre mim, réquiem sublime do necessário fim. Agora eterna, minha alma espera que o fogo devore minhas feras, para em seguida surgir um novo ser, um novo Eu irá viver. ___________________________ Marlon Weasdor, 26/01/2011