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Mostrando postagens de março, 2011

Quando o monstro desperta

Caverna escura e profunda Refúgio sagrado de um gigante Cujas asas tocam o céu Uma criatura muito antiga Por muitos temida Indomável e invencível. Lá fora, o Tempo segue lento. Assédios e angústias Lamentos e detalhes. Tremores que despertam o gigante. Dragão que abre as asas Olhos que se enchem de fogo. E o Dragão desperta Com ira para queimar Ódio repentino que alimenta o fogo Sangue que cobre seus olhos Calor que seu corpo emana Explosão vermelha e dourada. Ele grita, ele urra Se agita, pisa e bate A caverna treme, o chão vibra Fogo que arde e sofoca Grito agonizante de ira Ira sagrada, semente de ódio Som agudo que vem de longe Urro profundo que ecoa Dor que nasce no peito Quando o orgulho o deixa cego Quando o exterior o ofende Quando uma folha cai de forma errada. O Dragão vomita seu fogo Queima tudo ao redor Destrói, urra, traz dor Se alimenta da Ira repentina E então volta a adormecer Cansado, inocente, soberbo. Marlon Weasdor, 24/0

Com as árvores

Pequeno conto sobre desejos. Alguns dias do ano são carregado de angústia, nostalgia e vontade de se desligar de tudo, voltar ao primordial, à Terra, ao canto tribal, gritar a plenos pulmões, livre. E que todos possam ser felizes em seus próprios mundos. No fim do post, aperte o play, e ouça a música que inspirou este conto, dos finlandeses do Korpiklaani . A lama da rua era pegajosa, as carroças atolavam, e as bestas que as puxavam não conseguiam seguir adiante. A chuva caía há pelo menos três semanas, insistente, em seu ritimo suave. O cheiro das ruas era insuportável, havia lixo por toda parte, e não havia latrina nas casas, e os dejetos eram despejados onde deveríamos caminhar.

Confissões Noturnas - Parte IV

A quarta e finalmente última arte do conto Confissões Noturnas . Confissões Noturnas - Parte I Confissões Noturnas - Parte II Confissões Noturnas - Parte III Confissões Noturnas - Parte IV O merceeiro deixava as lágrimas rolarem por seu rosto, tamanho era seu desespero. O terror estava em todo lugar, as vozes gritavam em sua mente, seu coração pulava violentamente. O frio dominava cada pedaço de seu corpo, que agora doía. Já vira muitas coisas na vida, e já passara por muitas dificuldades. Mas jamais chegara a imaginar uma cena tão terrível. Nada se comparava ao relato do forasteiro. - Vá embora e me deixe, besta! Ou leve minha vida se quiser, mas acabe logo com esse horror! Os olhos sangrentos de Thanatos o fitaram.

Confissões Noturnas - Parte III

Esta é a terceira e peúltima parte do conto Confissões Noturnas . Inicialmente seria uma trilogia, mas como a terceira parte ficou longa demais, resolvi deixar o desfecho para uma quarta parte, apesar de detestar números pares. Mas não se preocupem, a quarta parte é breve, mas decisiva. Agradeço a todos os que comentaram, e convido a você que está lendo que também comente, e deixe sua opinião sobre essas palavras mal escritas. Devo dar crédito à minha Coruja , que me ajudou a cortar os excessos desnecessários deste texto. Confissões Noturnas - Parte I Confissões Noturnas - Parte II Confissões Noturnas - Parte III Confissões Noturnas - Parte IV Os olhos do merceeiro saltaram. Ele estava espantado. Mas pelo sorriso de Thanatos do que pelo relato. Aquele homem era louco. Recuou na cadeira, e pela primeira vez começou a temer o estranho. Thanatos, ao perceber o gesto, voltou aos modos de antes, melancólico e doloroso. - Perdoe-me. Não tenha medo de mim, pois já fazem algu

Confissões Noturnas - Parte II

Esta é a segunda parte do conto Confissões Noturnas . Confissões Noturnas - Parte I Confissões Noturnas - Parte II Confissões Noturnas - Parte III Confissões Noturnas - Parte IV O velho merceeiro fitou o homem por um momento, inicialmente sem acreditar. "Se ele fosse mesmo um assassino, não sairia contando isso para qualquer um. Mas, por outro lado..." - O que quer dizer com assassino? - Bem... Eu matei pessoas. - De verdade? - Sim. - Mas... Está confessando que é um criminoso? A mim? Ou o senhor pretende me matar, ou me toma por tolo e quer se divertir às minhas custas. E que fique claro que nosso merceeiro só respondeu neste tom por acreditar que aquilo era apenas uma brincadeira.

Confissões Noturnas - Parte I

Aqui está a primeira parte do conto Confissões Noturnas . Este conto será apresentado em três ou quatro partes. Trata-se de um conto de Terror, Suspense, ou algo parecido. No fim das contas é apenas um estória. Fiquem a vontade para comentar, opinar, divulgar... Confissões Noturnas - Parte I Confissões Noturnas - Parte II Confissões Noturnas - Parte III Confissões Noturnas - Parte IV O merceeiro acabara de limpar o balcão. Mais um dia de trabalho terminava, tudo em ordem, e silêncio completo. Nestes dias escuros ninguém ficava fora de casa depois do anoitecer. Bastava fechar a porta, e poderia ir para o andar de cima, onde vivia com sua família. Rotina. Um vento repentino fez a poeira da rua subir, rodopiando, e a placa com o nome do estabelecimento rangeu, e um frio súbito envolveu a atmosfera do lugar. Ele estranhou, mas deu de ombros. Tanta coisa ruim andava acontecendo, nada mais o espantava. Largou o pano sujo no canto, e caminhou em direção à porta. O vento lá

Karraon

Eis que a brisa calma ondula a superfície do mar. Vem voando poderosa alma, tempestade a se aproximar. Vejo raios e trovões rasgando o firmamento e a força de mil furacões chega com poder tremendo. Então, no olho da tempestade, aparece a águia, majestosa, com simples austeridade, serenidade amistosa. Vem de Nifhelm para vencer. Vem a Nifhelm para viver. Marlon Weasdor, 30/08/2007 Poema antigo sobre um amigo, que assim como Lotupo , me ajudou a ver muitas coisas.

Vazio cinza

Tudo é cinza neste dia. Tudo está vazio. E morto. Cinza, vazio e sem vida. E inútil é o esforço ao enfrentar esse vazio que, palpável, tomou meu corpo. Existe um certo pássaro, meu orgulho, amor e paixão, sabedoria jovem, tenra, tantas vezes em meu coração que minha alma já não conta, tamanha é nossa perfeição. Que todos vejam quão maldita e desgraçada é minha sorte, tormenta vil sob minhas asas. Ela, a Coruja do Norte, a minha metade perfeita, ao voar trouxe-me a morte. Mas foi tão belo nosso vôo! Nós percorremos todos os céus, e planamos sobre os ventos. Juntos rasgamos o tênue véu que separa todas as vidas, nos versos do grande menestrel. Nossas asas batiam juntas, e todos nos admiravam. Pois nos amamos tantas vezes, que ao redor cores brilhavam, reflexos de seus lindos olhos que a mim tanto encantavam. Amantes como nós, nunca, nunca, jamais a Terra verá! Como Afrodite e Ares, um amor que sempre arderá, com guerras e gritos de prazer, um a

O Andarilho e a Rosa

O andarilho escala a pacífica montanha, perdido em seus desejos. O vento o acompanha, soprando suavemente, uma sensação estranha. Com o coração pesado, caminhando lentamente, perdido em sentimentos, em sua dor insistente, no amor pela bela flor, na paixão incandecente. A flor, graciosa rosa, no topo, próxima do céu, dança sob o crepúsculo. Doce perfume, rubro véu, é melodia divina, inspiração do menestrel. Feliz, esperançoso o andarilho prossegue, sem conhecer a tristeza que o destino lhe tece,  e confuso não pode ver, confuso ele se esquece. Enfim alcança o topo, alegre e jubilante. A linda rosa lhe sorri, poesia de instante, amor antigo, fervente, amor antigo constante. Leve, no vento ela vai. O andarilho congela. Conforme-se, viajante! Preso por paixão sincera não vê uma nova vida, e não vê como é bela. Marlon Weasdor, 28/05/2008

O calor dos festejos

Ele caminha pelo nada É silhueta, é solidão Crepúsculo e escuro Vem noite e escuridão. Mas ele não pára. Em volta, o desamparo Na face o desgosto Oh! Destino amargo! O homem caminha Triste e angustiado Sob peso invisível Segue curvado.  tapete, abajur e cheiro de Lar. Nosso Lar. Cachorro bochechudo a obsevar, vez ou outra late e chacoalha o corpo. Rabo curto, pobrezinho!  À frente uma luz Um casebre mau cuidado Música e risos E gritos acalorados. Uma taverna, uma festa! O homem é dominado Pelo som, pela alegria Pelo casebre iluminado. Dentro há calor Lá há alegria Os problemas sumiram Ele sente a energia. Arregaça as mangas Joga os sapatos Abraça os amigos Este é seu lar amado! Jamais desistirá De sua vida dura No calor dos festejos Encontrou a sua cura! 20/02/2009

Meu doce silêncio

Olho para o abismo de mim mesmo Colho os frutos da mente cheia e vazia envolto em neblina, andando a esmo Na terra seca onde oceano havia. Percebo o silêncio que me toca e tanta dor que foi morrendo... Simples vento que vem e me corta e aquela música que agora compreendo. Ela foi e ela voltou, sempre os mesmos sentimentos, é a alegria e é a dor, sempre presentes ao mesmo tempo. De novo as chamas de Weasdor ardem. O mau se vai no incêndio. Tantas dúvidas que, derrotadas, partem, e eu volto para meu doce silêncio. Marlon Weasdor, 28/02/2010. Sobre retornar aos versos depois de um longo período ocioso. Mas esse poema pode ser interpretado de diversas formas diferentes. Como eu citei na postagem da Doce e Rubra Insanidade . O que acontece é que meus poemas não são diretos. Eles são sempre alegorias. São composições sobre coisas, impressões. E eles podem ser interpretados de diversas formas. Acho que uma boa obra de arte é aquela que se relaciona diretamente co

Um sábado

O Sol entra pela janela, o cachorro se aquece em sua luz. A sala envolta em claridade dourada na tarde quente de um sábado. Um sábado. Muitos sábados. Uma Vida. Um tapete felpudo, sofás bonitos e aconchegantes, uma poltrona grande e confortável, uma prateleira de bebidas. Um drink. Muitos drinks. Uma Vida. Abajures e luminárias, cortinas grossas e rubras. Muitas fotos e quadros, retratos de um casal. Um casal. Um único ser. Uma Vida. Uma cama enorme, lençóis claros. Edredons brancos e grossos, um quarto, um salão real, celebrações de Amor, perfume dos dois. Uma celebração de Amor. Muitas celebrações de Amor. Uma Vida. Uma mulher, companheira, conselheira, amante. Lindos olhos grandes e brilhantes. Uma homem, companheiro, protetor, amante. Gestos brutos, mas boas intenções. Uma mulher, um homem. Muito Amor. Uma Vida. Sacolas de feira, almoço de domingo. Cervejas e vinho para o passeio no parque. Carinhos e sussurros, detalhes do dia. Co

Lotupo

Estes são versos de loucura, poesia de insanidade. Sigamos esta via escura rumo à mente de maldade. Um corredor sem luz. Silêncio aterrador. Caminho que conduz a um cemitério imerso em dor. Alegre crueldade, malévolo contentamento. A raposa satisfaz a vontade entre dolorosos sentimentos. Vem de Nifhelm para vencer. Vem a Nifhelm para viver. Marlon Weasdor, 30/08/2007. Poema antigo. Pequena homenagem a um Grande Amigo, que me ajudou a ver muitas coisas.

Dança

Ao som do toca discos nós dançamos, e foi tudo tão agradável. E daí que sequer conhecemos o idioma do cantor? Sentimos a música, sentimos nossos corpos tão unidos e encaixados. E a casa é madeira, é tapete, abajur e cheiro de Lar. Nosso Lar. Cachorro bochechudo a obsevar, vez ou outra late e chacoalha o corpo. Rabo curto, pobrezinho! Ao invés de abanar a cauda, ele apenas rebola. E nós dançamos. Tudo tão envolvente! De onde é essa música? Polônia? Idioma intrincado e complicado! Quantos fonemas difíceis! Mas nada disso importa! Melodia tão agradável, voz potente e límpida. Dançamos! Sem pretensão alguma. Aconteceu quando eu a puxei pela cintura, no momento em que a agulha tocou o LP. "O que foi?!" Música! Dança! Ela riu, mas seguiu meus passos. Não sou nenhum pé de valsa, obviamente, mas não pensei nisso. Só queria aproveitar aquele momento, ela e eu, tão próximos, indo e vindo, girando e sorrindo! Ao fim da música nós rimos, e finalmente nossos lábi